Série Grandes Discursos: O Grande Ditador, por Charlie Chaplin

Na ano de 1940, o ator de filmes mudos, Charles Chaplin decidiu inovar seu estilo cinematográfico e fez um filme falado. 

Mas quem é Charles Chaplin?

Nascido Charles Spencer Chaplin, em Londres no dia 16 de abril de 1889, fez sucesso mundial na indústria cinematográfica. Charles foi ator, diretor, produtor, humorista, empresário, escritor, dançarino, roteirista e músico. (ufa!)

Em seu tempo, foi uma das pessoas mais influentes do mundo do cinema. Você já deve ter ouvido falar dele né?

E porque ele fez o discurso?



O discurso faz parte do filme ''O Grande Ditador'', filme da década de quarenta que faz uma crítica direta ao regime nazista de Adolf Hitler. Em 1940, os EUA ainda não haviam entrado na guerra.




O discurso:

"Sinto muito, mas não pretendo ser um imperador. Não é esse o meu ofício. Não pretendo governar ou conquistar quem quer que seja. Gostaria de ajudar – se possível – judeus, o gentio... negros... brancos.

Todos nós desejamos ajudar uns aos outros. Os seres humanos são assim. Desejamos viver para a felicidade do próximo – não para o seu infortúnio. Por que havemos de odiar e desprezar uns aos outros? Neste mundo há espaço para todos. A terra, que é boa e rica, pode prover a todas as nossas necessidades.

O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza, porém nos extraviamos. A cobiça envenenou a alma dos homens... levantou no mundo as muralhas do ódio... e tem-nos feito marchar a passo de ganso para a miséria e os morticínios. Criamos a época da velocidade, mas nos sentimos enclausurados dentro dela. A máquina, que produz abundância, tem-nos deixado em penúria. Nossos conhecimentos fizeram-nos céticos; nossa inteligência, empedernidos e cruéis. Pensamos em demasia e sentimos bem pouco. Mais do que de máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura. Sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo será perdido.

A aviação e o rádio aproximaram-nos muito mais. A própria natureza dessas coisas é um apelo eloqüente à bondade do homem... um apelo à fraternidade universal... à união de todos nós. Neste mesmo instante a minha voz chega a milhares de pessoas pelo mundo afora... milhões de desesperados, homens, mulheres, criancinhas... vítimas de um sistema que tortura seres humanos e encarcera inocentes. Aos que me podem ouvir eu digo: “Não desespereis! A desgraça que tem caído sobre nós não é mais do que o produto da cobiça em agonia... da amargura de homens que temem o avanço do progresso humano. Os homens que odeiam desaparecerão, os ditadores sucumbem e o poder que do povo arrebataram há de retornar ao povo. E assim, enquanto morrem homens, a liberdade nunca perecerá.

Soldados! Não vos entregueis a esses brutais... que vos desprezam... que vos escravizam... que arregimentam as vossas vidas... que ditam os vossos atos, as vossas idéias e os vossos sentimentos! Que vos fazem marchar no mesmo passo, que vos submetem a uma alimentação regrada, que vos tratam como gado humano e que vos utilizam como bucha de canhão! Não sois máquina! Homens é que sois! E com o amor da humanidade em vossas almas! Não odieis! Só odeiam os que não se fazem amar... os que não se fazem amar e os inumanos!

Soldados! Não batalheis pela escravidão! Lutai pela liberdade! No décimo sétimo capítulo de São Lucas está escrito que o Reino de Deus está dentro do homem – não de um só homem ou grupo de homens, mas dos homens todos! Está em vós! Vós, o povo, tendes o poder – o poder de criar máquinas. O poder de criar felicidade! Vós, o povo, tendes o poder de tornar esta vida livre e bela... de fazê-la uma aventura maravilhosa. Portanto – em nome da democracia – usemos desse poder, unamo-nos todos nós. Lutemos por um mundo novo... um mundo bom que a todos assegure o ensejo de trabalho, que dê futuro à mocidade e segurança à velhice.

É pela promessa de tais coisas que desalmados têm subido ao poder. Mas, só mistificam! Não cumprem o que prometem. Jamais o cumprirão! Os ditadores liberam-se, porém escravizam o povo. Lutemos agora para libertar o mundo, abater as fronteiras nacionais, dar fim à ganância, ao ódio e à prepotência. Lutemos por um mundo de razão, um mundo em que a ciência e o progresso conduzam à ventura de todos nós. Soldados, em nome da democracia, unamo-nos!

Então, dirige-se a Hannah, sua esposa no filme.

''Hannah, estás me ouvindo? Onde te encontrares, levanta os olhos! Vês, Hannah? O sol vai rompendo as nuvens que se dispersam! Estamos saindo da treva para a luz! Vamos entrando num mundo novo – um mundo melhor, em que os homens estarão acima da cobiça, do ódio e da brutalidade. Ergue os olhos, Hannah! A alma do homem ganhou asas e afinal começa a voar. Voa para o arco-íris, para a luz da esperança. Ergue os olhos, Hannah! Ergue os olhos!."

Mas porque diabos (ou deuses) o símbolo da medicina é uma cobra?

Samuel

Estava eu andando na rua e vi uma ambulância. Certo, mas quem anda na rua é super capaz de ver uma ambulância, isso é normal. Mas chega de obviedades, enfim, todos já perceberam que o símbolo da medicina é uma cobra enrolada num bastão, certo?

Mas muita gente, muita gente meesmo confunde o símbolo da medicina com o Caduceu de Hermes. Pra termos uma ideia do tamanho dessa confusão, até mesmo grupos de medicina, ao invés de colocarem o símbolo como o do exemplo acima, colocam o Caduceu de Hermes. Abaixo o Caduceu:

Tem uma diferença aí né?  

O Símbolo acima foi adotado pela contabilidade, e se você colocar no Google e pesquisar por fotos de Símbolo da Medicina, aparecerão os dois. E vice-versa. 

O exemplo abaixo foi de uma foto do google.

Tá escrito medicina, mas o símbolo não condiz com isso não! (desculpem-me pela qualidade)

Até mesmo os famosos gênios que escreveram o seriado House erraram.

Esse seriado é simplesmente foda.

Mas House é um contador?

O quer podemos tirar desses exemplo é que muita gente confunde o bastão com asas envolto por duas cobras, de Hermes, com o bastão envolto por uma cobra de Asclépio, que é o deus da medicina. Mas pra não perdermos o costume, vamos para a história.

Asclépio, o deus da medicina

Na mitologia grega, Asclépio era filho do grande Apolo e da ninfa Coronis. Há relatos de que Coronis era muito bagunceira e libidinosa. (Entenderam?) A mãe de Asclépio se apaixonou por Ísquis (nem sei quem é), e Apolo ficou sabendo através de seu mensageiro, o Corvo Branco, é dito que quando a ave levou a notícia para Apolo, suas asas se tornaram negras. Sabendo disso, Apolo lançou suas setas em Coronis, e a matou. E tipo assim, todos nós sabemos que Apolo nunca se deu bem com mulher nenhuma.

 Foi criado e aprendeu tudo aquilo que sabia com o Sábio Centauro Quiron, o que é importante salientar que está incluído nesse aprendeu tudo aquilo que sabia, a arte de usar, misturar e fabricar plantas medicinais. Se tornou um médico muito famoso e ainda, além de curar qualquer pessoa, ainda podia curar a morte. Pois é, ele trazia os mortos de volta a vida. Mas isso deu uma certa desagradada em Zeus, o que era de se esperar, pois ele mandava as pessoas pro submundo e Asclépio tirava. (Falando muito genericamente, pois Asclépio estava interferindo nos assuntos dos grandes deuses). Zeus então lançou um raio em Asclépio, matando-o instantaneamente. Apolo ficou sabendo disso, e matou todos os Ciclopes que tinham confeccionado aquele raio e pouco tempo depois, Zeus castiga Apolo a servir ao Rei Admeto como escravo. Mas isso já é outra história.

Ofiolatria

Nas civilizações antigas e longínquas cronologicamente, existia algo que se chamava ofiolatria, que é simplesmente traduzido como culto a serpentes. 

"A cobra seria o bem e o mal, a sagacidade e a imortalidade, o elo entre o mundo conhecido e o desconhecido''

─ Joffre de Rezende, Membro da Sociedade Brasileira de História da Medicina.

Mas tá, o que essa frasezinha tem a ver com a medicina? Pra mim, porr* nenhuma. Mas vamos cavar um pouco mais fundo na história e depois voltemos para essa frase.

É sabido que na Grécia antiga, serpentes e mais serpentes circulavam pelo palácio do deus da medicina, Asclépio (em latim, Esculápio), e de acordo com as tradições e crenças do local, era acreditado que as cobras eram benéficas aos pacientes. Inclusive, há uma lenda de que antigamente, quando uma peste caiu sobre Roma, os romanos buscaram uma dessas cobras, e a peste se dissipou. Acreditaram que isso só aconteceu por causa da serpente que buscaram. Ou seja, a lenda diz que a serpentes possuem o poder de Asclépio. 

"Nas esculturas descobertas em escavações arqueológicas da civilização greco-romana, Asclépio sempre está segurando um bastão de madeira no qual está enrolada uma serpente"

─ Disse Joffre.

Asclépio, o bastão e a serpente.

O Símbolo Oficial da Medicina

A Organização Mundial de Saúde (OMS), fundada em 1948, adotou o símbolo de Asclépio como parte da sua bandeira. A Associação Médica Mundial, reunida em Havana em 1956, também adotou um modelo padronizado do símbolo de Asclépio para uso dos médicos civis. As organizações médicas de caráter profissional e de âmbito nacional de vários países, que possuem emblema com serpente de Asclépio, são as do Brasil, Canadá, Costa Rica, Inglaterra, França, Alemanha, Suécia, Dinamarca, Itália, Portugal, África do Sul, Austrália, Nova Zelândia, países do sudeste asiático, China e Taiwan.

A bandeira da OMS.

(Organização Mundial de Saúde)

Bom galera, é isso, se você notar alguma informação errada, basta comentar que eu retificarei!

Série Grandes Discursos: O Discurso de Gettysburg, por Abraham Lincoln.

Numa tarde nublada do dia dezenove, mês de novembro e no ano de 1863, o 16° presidente dos Estados Unidos da América fazia - em menos de dois minutos - um dos discursos mais belos de todos os tempos.

Única foto conhecida do Abe Lincoln proferindo 

o tão famoso discurso.

O discurso foi proferido já no fim da guerra de secessão, que dividiu o país em norte e sul. Explicando em linhas beeem resumidas, a guerra de secessão consistiu na luta entre onze Estados confederados do sul latifundiário, aristocrata e defensor da escravidão, contra os estados do norte industrializado, onde a escravidão tinha um peso econômico bem menor do que no sul. 

Daniel Day-Lewis, talvez o fator mais predominante

para a confecção desse post, o homem, juntamente com 

o Sr. Spielberg são os culpados de muita gente conhecer

a história de Lincoln. Filme mais que recomendado.

Abaixo, o discurso:

''Há 87 anos, os nossos pais deram origem neste continente a uma nova Nação, concebida na Liberdade e consagrada ao princípio de que todos os homens nascem iguais.

Encontramo-nos atualmente empenhados numa grande guerra civil, pondo à prova se essa Nação, ou qualquer outra Nação assim concebida e consagrada, poderá perdurar. Eis-nos num grande campo de batalha dessa guerra. Eis-nos reunidos para dedicar uma parte desse campo ao derradeiro repouso daqueles que, aqui, deram a sua vida para que essa Nação possa sobreviver. É perfeitamente conveniente e justo que o façamos.

Mas, numa visão mais ampla, não podemos dedicar, não podemos consagrar, não podemos santificar este local. Os valentes homens, vivos e mortos, que aqui combateram já o consagraram, muito além do que nós jamais poderíamos acrescentar ou diminuir com os nossos fracos poderes.

O mundo muito pouco atentará, e muito pouco recordará o que aqui dissermos, mas não poderá jamais esquecer o que eles aqui fizeram.

Cumpre-nos, antes, a nós os vivos, dedicarmo-nos hoje à obra inacabada até este ponto tão insignemente adiantada pelos que aqui combateram. Antes, cumpre-nos a nós os presentes, dedicarmo-nos à importante tarefa que temos pela frente – que estes mortos veneráveis nos inspirem maior devoção à causa pela qual deram a última medida transbordante de devoção – que todos nós aqui presentes solenemente admitamos que esses homens não morreram em vão, que esta Nação, com a graça de Deus, renasça na liberdade, e que o governo do povo, pelo povo e para o povo jamais desapareça da face da terra.''

─── Shall we stop, this bleeding?

[─── Podemos parar com esse sangramento?]

No filme, quando Lincoln se junta com o vice-presidente sulista, ele profere a frase ''Podemos parar com esse sangramento?'', o que na minha opinião, foi um dos grandes pontos fortes do filme. Espero que ele tenha dito isso mesmo!

Série Grandes Conquistadores: Oda Nobunaga.

 

Pra começar a usar o blog eu decidi postar algo relacionado ao assunto história. Tá, mas o assunto é tão grande, abrange tanta coisa que o que faremos primeiro? Simples, falaremos sobre vários e vários grandes conquistadores que de sua maneira mudaram o mundo. E hoje, pra começar eu vou falar de um homem extremamente importante para o Japão e também para o que o país é hoje, Oda Nobunaga.

Oda Nobunaga (1534-1582), o tolo de Owari.

Não parecia tão respeitável assim.

Filho de Oda Nobuhide, que era Senhor das terras de Owari, Oda Nobunaga foi o primeiro filho deste pequeno Senhor. Na sua infância, era muito conhecido por um comportamento completamente estranho, o que lhe rendeu o apelido de o 'Tolo de Owari'. 

Ora, nós conhecemos muitos gênios que em sua 

infância eram tidos como retardados. kkkk esse da foto

curtia uma zoera.

Existem registros de que ele andava com jovens não nobres de sua idade, correndo pra lá e pra cá, o que na época era motivo de estranheza, visto que Nobunaga era o primogênito e herdeiro de toda aquela terra, que na época não era tão grande assim. Mas Nobuhide, vendo que era apenas mais um Senhor de Terras, sonhava em  unificar o Japão sobre apenas um único Senhor. Em 1551, Oda Nobuhide morreu inesperadamente e, durante seu funeral, Nobunaga agiu escandalosamente, atirando o incenso cerimonial no altar, mostrando seu tempetamento explosivo. Essa atitude assustou seus familiares, generais e servos, o que fez com que todos se afastassem dele e ficassem ao lado de seu irmão mais novo, Nobuyuki. Essa atitude dele, no meio de centenas de pessoas fez com que seu tutor, Hirate Masahide cometesse suicídio (seppuku) por causa da vergonha. Isso afetou muito Nobunaga, e após isso ele construiu um templo para honrar a memória de seu antigo tutor. 

No ano de 1560, Nobunaga já era Senhor Feudal de Owari e foi ele quem começou o sonho de seu pai. Naga (carinhosamente falando) atacou o feudo de Imagawa Yoshimoto, tomando suas terras. Isso já nos mostra a grande inteligência de Naga, pois podemos considerar dois fatores que o favoreceram grandemente:

01 - Imagawa Yoshimoto era um general famoso, e após Naga derrotá-lo, sua fama cresceu exponencialmente. Não que Naga, antes de derrotar Yoshimoto fosse um general desconhecido, ele até possuía certo prestígio.

02 - Yoshimoto era o Senhor da província de Suruga, e lá existia a Baía de Suruga, que fazia fronteira com o oceano pacífico. A partir daí podemos perceber que Naga meio que matou dois coelhos com uma espadada só. Pois com isso ele já podia aumentar seu poder bélico-marítimo.

Mas na minha humilde opinião, ele sabia que sozinho nunca conseguiria unificar o Japão apenas guerreando, e foi aí que ele descobriu que quem tem amigos tem poder, como dizia o personagem Renly Baratheon, de As Crônicas de Gelo e Fogo. E então, Naga começou a andar com os 'populares', que na época era a Corte Imperial. E pra mostrar mesmo que ele prezava essa nova amizade, ele mandou reconstruir o Palácio Imperial de Kyoto. Porém, quando o Shogun Ashikaga Yoshieru foi assassinado, em meados de 1565, o protagonista dessa postagem foi ligeiro e instalou Ashikaga Yoshiaki, o irmão de Yoshieru como o 15° e último Shogun. Mas a corte sabia que Yoshiaki era Shogun apenas nas aparências. E você me pergunta, porque Naga colocou Yoshiaki como Shogun? Eu respondo com uma palavra: Tradição. Nobunaga pensava muito antes de executar qualquer passo.

Voltarei alguns anos na história do Japão, de modo que o entendimento se torne mais fácil. Em 1333, o Imperador Go-Daigo ordenou que os vassalos locais se oposusessem ao domínio do clã Hojo e a favor da restauração imperial, conhecida como Restauração Kenmu. Para conter essa empreitada de Go-Daigo, o líder do clã Hojo nomeou Ashikaga Takauji, mas este se rebelou e passou a lutar ao lado da corte. Ou seja, os Ashikaga foram shoguns através da deslealdade. E enfim, em 1336 começa o Xogunato Ashikaga ou Período Muromachi.

Yoshiaki, sendo considerado por alguns um homem medroso, temia constantemente um golpe de Naga. E isso o fez ter a péssima ideia de assassiná-lo. Pois é, ele tentou assassinar Oda Nobunaga. Como alguém pensa em matar um dos homens mais poderosos do Japão, que é conhecido por ser cruel? Nobunaga então expulsou Yoshiaki do Palácio de Kyoto e deu fim ao Xogunato Ashikaga. 

Aqui ele tá zika, pois é assim que os produtores

de jogos retratam o Nobunaga.

''Se um pássaro não canta, eu o mato'' 

── Oda Nobunaga.

Nooossa véi, eu é que não quero graça com um cara que diz uma frase dessas. 

Enfim,

Um certo dia, um grupo de navegantes que vinham da China chegaram na ilha de Taneghashima, esses navegantes eram portugueses. Os mesmos que - infelizmente - nos colonizaram, nos dando sua língua. Mas o Japão na época já era conhecido como uma nação. Isso aconteceu em 1543. Os portugueses venderam as primeiras armas de fogo para os japoneses, e Nobunaga ficou extremamente encantado com elas quando soube da existência de armas de fogo, pois é sabido por todos que Nobunaga adorava usar armas de fogo em suas campanhas. Inclusive, foi ele quem desenvolveu e aprimorou seu uso, fazendo duas linhas de frente com as armas. Enquanto uma linha disparava, a outra recarregava. Muitos generais viam o uso de armas como algo desnecessário, e que atrapalhava o exército como um todo pela demora de se carregar. Nobunaga combinou isso com outra invenção sua, ele inventou o uso de uma lança de três metros, o que ele chamou de anticavalaria. Ora, todo mundo sabe o estrago que homens a cavalo fazem contra homens a pé. Mas voltando ao lance das armas, pouco tempo após elas chegarem ao Japão, foram registradas centenas de fábricas para a fabricação das mesmas.

E também com a chegada dos Portugueses ao Japão, eles não só introduziram lá as armas de fogo, mas também o cristianismo. A nova religião chegou em 1549 com o jesuíta Francisco Xavier, que falava para senhores, samurais, camponeses e todo e qualquer tipo de gente. E mais uma vez Nobunaga aproveitou, através de sua ligeirice, um fator que estava acontecendo para tentar prosseguir com a unificação do Japão. Já era sabido que os monges budistas representavam uma enorme força oposta à política de Nobunaga. E foi a partir daí que ele ficou conhecido como um homem cruel. Na verdade, ele não via isso como crueldade, pois eu acho que Abraham Lincoln seria capaz de matar alguém para assinar a 13° Emenda. Nobunaga rapidamente aderiu ao cristianismo, mas não se sabe se ele o fez como um pretexto para caçar os vários tipos de monges, ou se ele realmente tinha fé na religião. Infelizmente nunca saberemos disso. Nobunaga queria tanto acabar com a fé budista que ele criou igrejas, vilarejos para os padres ocidentais e desenvolveu programas de catequese para os filhos dos nobres. Ele financiou várias campanhas contra os monges, que eram uma espécie de país a parte, vide a igreja católica na idade média, ou seja, os monges budistas eram ricos, populosos e fortes. Havia também, juntamente com os monges, os vários senhores e seus próprios generais que desejavam tomar o poder de Nobunaga. Mas mesmo com vários obstáculos, a determinação de Nobunaga era tamanha que ele financiou campanhas contra os monges, destituiu vários e vários senhores de suas terras, pelo simples fato de desconfiar que eles poderiam formar alianças com outras senhores. Tomou as terras dos monges e também suas riquezas, consolidando-se como o mais fortes de todos os senhores. 

As construções de Oda foram importantíssimas para seu período, ele construiu várias escolas de  guerra, vilas, boas estradas onde antes haviam árvores, e os famosos Castelos- Fortaleza. Estes castelos, englobavam vilas inteiras dentro de suas muralhas, possuiam um comércio próprio de importação e exportação. É importante citar que através de Oda Nobunaga o comércio no Japão cresceu exponencialmente. Ele criou leis para comércio, dizimou os postos de impostos que ficavam em diversas estradas espalhadas por seu território e tornou mais fácil a arte de comercializar e incentivou camponeses à mineração. Também tornou o país mais bonito esteticamente, através de seu gosto pela arte e arquitetura, pois toda construção que ordenava, possuia muito luxo e itens extremamente caros, o que ajudava no reforço ideológico patriota.

Esse tal reforço ideológico patriota é algo de exímia

importância, pois as pessoas pecisavam acreditar em 

algo ou em alguém. Bastava saber que eles tinham alguém

 para unificá-los. Porque querendo ou não, isso unia as pessoas.

Nobunaga continuava unificando cada vez mais terras do Japão, quando um grande FDP sentiu inveja (talvez) e queria o poder para si. O nome dele é Akechi Mitsuhide, um dos generais que Nobunaga mais confiava. Mas toda e qualquer traição - na minha opinião - sempre tem um motivo, e antes de dizer como foi essa traição, vou explicar o porquê.

A cara da trairagi, Akechi Mitsuhide.

Em 1579, Mitsuhide capturou o Castelo Yakami, de Hatano Hideharu, mediante um tratado de paz, ou seja, Hideharu se rendeu. Mas Nobunaga não respeitou o acordo de paz e simplesmente matou Hideharu. Isso por razões óbvias foi um desacato à honra da família Hatano, o que eles não poderiam perdoar. E então, vários generais da família assassinaram a mãe de Akechi, isto posto, Nobunaga e Akechi trocaram ameaças publicamente. E também por razões óbvias Akechi acusou Nobunaga de ser o principal culpado da morte de sua mãe. E no ano de 1582 ele exigiu sua vingança. Notem como ele foi calculista, pois esperou três anos para se vingar.

No ano de 1582, logo após Nobunaga ter finalmente acabado com o clã Takeda, que é importante citar o líder desse clã Shingen Takeda, conhecido como O Tigre de Kai. Porque o clã era da província de Kai. Pois é, logo após isso acontecer, quando Nobunaga estava quase conseguindo unificar boa parte do Japão, ele mandou vários de seus vassalos para várias partes que precisavam ser unificadas. Porém, seu general Toyotomi Hideyoshi (com toda a certeza, farei um post sobre ele) precisava de auxílio numa batalha, pois estava sob cerco de um outro exército. Nobunaga foi para o templo Honno-Ji, onde ele costumava descansar. Ele então despachou sua única unidade de exército, que era liderada pelo traíra Akechi Mitsuhide. Akechi então marchou em auxílio de Hideyoshi, mas seu plano já estava formado e no meio do caminho, ele deu meia volta, falou com alguns poetas e contadores de história, dizendo todo o seu plano. Ele alegou que queria que o Japão voltasse a suas origens, pois Nobunaga estava acabando com a nação. (azidéia desse cara mano...) 

No templo só restavam Nobunaga, alguns serventes e poucos guardas. O pequeno exército de Nobunaga lutou bravamente até o fim, mas não podiam com o tamanho do exército que Mitsuhide comandava, lembrando que eram todos homens de Oda. Nobunaga não viu solução nenhuma a não ser cometer Seppuku (ou suicídio). Mas antes disso, ele pediu a Ranmaru Mori que ateasse fogo no templo, para que Mitsuhide não cortasse sua cabeça e ninguém ficasse com seus restos mortais. E nesse dia morreu Oda Nobunaga, vítima da traição de um homem que ele confiava muito. Logo após matar Nobunaga, Mitsuhide matou também Oda Nobutada, seu filho e herdeiro.

Legal mesmo é ver um homem que sem expectativa nenhuma de sucesso, conseguiu começar o sonho de unificar um país que estava em constante guerra. Foram registrados naquele período mais de 180 famílias diferentes, todas com um pedaço o seu terra. Ele fez com que o Japão crescesse e vivenciasse um enorme período de paz, pois ele deu seu exemplo a homens como Toyotomi Hideyoshi e Tokugawa Ieyasu, que continuaram seu trabalho, seguindo assim seu exemplo de governo e seu modo de guerrear, porque eu acho que se ele não tivesse feito isso, o Japão viveria em guerras e a terra sangraria ainda mais.

Símbolo do clã Oda

Espero que tenham gostado e aprendido um pouco mais sobre esse ilustre personagem que de sua maneira, modificou a vida de milhões de pessoas.